Brasileiro com trabalho de destaque nos Estados Unidos

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Além de conquistar resultados expressivos como atleta, Marcio Bittencourt desenvolve um trabalho de “coach”, sendo conhecido no mundo das artes marciais como “Gold Hands”

“Gold Hands” (de camisa vermelha) com alguns de seus pupilos (foto: acervo pessoal Marcio Bittencourt)

*por Victória Laia, estudante do 7º período do curso de Jornalismo da Universidade Vale do Rio Doce (Univale) – victorialaia7@gmail.com

O sorriso simpático é a primeira impressão que o faixa-preta Marcio Bittencourt deixa para as pessoas. Com 42 anos de idade e uma vasta experiência nas artes marciais, o baiano tem se destacado nos tatames, como também no trabalho de coach, formando muitos campeões.

Marcio entrou no mundo das artes maciais em 1985, quando começou a praticar o judô com apenas nove anos de idade. Sete anos depois, foi treinar jiu-jítsu com os irmãos Carvalho, em Salvador.  Por já ser faixa marrom e competidor no judô, rapidamente se destacou no jiu-jítsu, conquistando títulos estaduais, interestaduais e nacionais.

Como diz um clichê por aí, o baiano é arretado e Márcio Bittencourt provou isso, extrapolando as fronteiras do Brasil. Apesar de ter sua academia durante 10 anos e ter sido instrutor da Polícia Federal no país, em 2011, sua trajetória tomou um rumo diferente. Márcio acabou parando na “Terra do Tio San”. Ele conta como foi o pontapé disso: “Nessa época eu treinava a Amanda Nunes (hoje a atual campeã do peso-galo no UFC). Viemos para os Estado Unidos e no Strikeforce Challengers 13, ela nocauteou a Júlia Budd com 14 segundos. A partir daí as coisas começaram a explodir”, disse.

Amanda Nunes (campeã no UFC), já treinou com o “Gold Hands” (foto: acervo pessoal Marcio Bittencourt)

Desde então, Márcio Bittencourt vive nos Estados Unidos com sua esposa Letícia e o filho Pietro, de 7 anos. E com a rotina de esportista e coach no país, conquista cada vez mais vitórias, seja como atleta ou vendo seus alunos dominarem os pódios. No jiu-jítsu, já ganhou um campeonato europeu da International Brazilian Jiu-Jitsu Federation (IBJJF) em 2006, competindo na categoria máster pena, sendo vice-campeão da mesma competição em 2008. Em 2016, foi vice-campeão do Campeonato Mundial No Gi IBJJF, lutando na categoria máster 2 pena, 3º lugar no Campeonato Panamericano No Gi IBJJF, na categoria máster 2 leve, campeão do New York Summer International Open IBJJF Jiu-Jitsu Championship, na categoria máster 3 leve e vice no máster 3 absoluto.  Em 2017, ficou com o vice-campeonato no Campeonato Panamericano IBJJF No GI em duas categorias, máster 3 leve e máster 3 absoluto, essa última lutando a final com Ricardo Almeida, o “Ricardo Cachorrão”. No MMA, chegou a conquistar o cinturão do XFC Austrália, em 2006.

Marcio Bittencourt campeão no New York Summer International Open IBJJF Jiu-Jitsu Championship 2016 (foto: Divulgação)

No trabalho de coach, Marcio Bittencourt é conhecido nos Estados Unidos como “Gold Hands” (Mãos de Ouro), pelo fato de vários atletas que já passaram e passam por suas mãos se destacarem com grandes resultados. A faixa-preta Fiona Watson é um dos exemplos. A pupila de Marcio Bittencourt foi vice-campeã da categoria adulto pluma, no Campeonato Mundial No Gi IBJJF 2016 e 3º lugar na edição de 2017.  Ainda na edição do Mundial No Gi do ano passado, o faixa-azul Robert Reilly conquistou o título na categoria máster 1 pesadíssimo, enquanto Karim Ibrahim levou a medalha de prata na categoria máster 1 pena. Ainda tem o Stephen Meola, que já faturou diversas vezes o título do North American Grappling Association (NAGA), dentre tantos outros exemplos.

Marcio Bittencourt revela qual é a fórmula de sucesso utilizada nos treinamento dos alunos. “Além da dedicação, disciplina e outros atributos que são inerentes para quem pratica arte marcial, desenvolvo um sistema de sinestesia, que é como se o mais importante fosse “o sentir”. Eu faço que meus alunos entendam isso, muito mais importante o sentido do movimento no aprendizado do que aquilo que você tá vendo e escutando. Quando o professor fala e demonstra, o aluno vê e escuta, isso é 50 por cento do aprendizado, os outros 50 por cento é a prática, quando o atleta consegue ter uma percepção e consegue sentir os movimentos. Empregando esse sistema, eu já fiz vários campeõs, inclusive com um atleta cego, que chegou a ganhar campeonato no meio de atletas que não tinha essa deficiência”, concluiu.

Pelo jeito, o trabalho do Gold Hands não para tão cedo, pois essa falácia de que baiano é preguiçoso, não é a realidade de Marcio Bittencourt…

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Por Fábio Velame - fabio@gvesportes.com.br

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